ABSTRACT
Quando se realiza a eliminação de tecido cariado, seja de forma convencional (fresa) ou com lasers, existe o risco de danificar, acidentalmente, superfícies de dentes adjacentes, o que, hipoteticamente, poderia torná-las mais susceptíveis à formação de cárie. No presente trabalho, nos propusemos a avaliar, in vitro, a resistência à carie da superfície de esmalte dental irradiado por laser de Nd:YAG, aplicado em condições que simulam sua exposição acidental. Foram utilizados 13 terceiros molares recentemente extraídos. Os grupos experimentais foram: G1: controle sadio e controle+cárie; G2: Nd:YAG 0,75, 1, 2 ou 3W/10Hz/3seg., (27, 35, 71 e 106J/cm²); na forma de contato; G3: Nd:YAG mesmos parâmetros do G2 + indução artificial de cárie, por meio do modelo dinâmico de desmineralização e remineralização (DES/RE). A análise da resistência à cárie foi avaliada através do aspecto morfológico superficial em MEV e pela proporção Ca/P, através da espectrometria de raios-X por dispersão de energia - EDX. As micrografias mostraram que o laser de Nd:YAG mudou a morfologia normal dos prismas de esmalte, resultando numa superfície fusionada e resolidificada, que se intensificou em decorrência do aumento da potência. Em função da proporção Ca/P, houve diferenças estatisticamente significantes (Kruskal-Wallis p<0,01) entre os grupos irradiados por Nd:YAG e o controle com cárie, exceto quando utilizados 3W/10Hz/3seg./106J/cm² e, posteriormente, submetido a desafio cariogênico. Os resultados imdicam que a irradiação acidental, com baixas potências do laser de Nd:YAG, não representa riscos à resistência à cárie do esmalte